As exportações de vinhos
portugueses cresceram 2,4% em 2013, estabelecendo um novo recorde
nacional de 724 milhões de euros, revelou o presidente do Instituto da
Vinha e do Vinho na conferência inaugural da iniciativa Uva d’Ouro.
As exportações de vinho estão, de
novo, de parabéns. Foi estabelecido um novo recorde nacional de 724 milhões de
euros. O crescimento das exportações de vinho nacional tem incentivado produtores
e distribuidores a participar em mais eventos internacionais da área, de
modo a estabelecer contactos com potenciais importadores e impulsionar o vinho
“Made in Portugal”. “Apesar
da diminuição do consumo interno que se fez sentir durante o ano passado, isto
não influenciou as exportações e a construção de uma imagem forte do vinho
português lá fora” explicou o presidente do IVV, Frederico Falcão.
Barreiras à exportação
Excluindo as
habituais barreiras linguísticas e alfandegárias, o presidente do IVV
explica que exportar requer investimento de tempo e de capital. “É
preciso conhecer o mercado, estabelecer relações de confiança, medir o
resultado de acções… isso tudo pode demorar anos” lembra Frederico Falcão.
Manuela Cabral, presidente do Instituto
dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) salienta as barreiras culturais e as
formas diferentes de, por exemplo, mercado orientais fecharem negócios. Há a
necessidade de estudar estas culturas de maneira a perceber como torná-las mais
receptivas aos produtos ocidentais. “Estas realidades diferentes podem ser
benéficas porque, por exemplo, um vinho
português que seja bem recebido num país pode abrir a porta a outro” alega
a presidente, “e podem ainda abrir a porta a outros produtos portugueses, com destaque para o enoturismo”.
Consumo interno relevante
Apesar de já estar a dar indícios de recuperação, o consumo interno de vinho caiu 5% em
Portugal em 2013, com quebras a sentirem-se, principalmente, no canal horeca e
na comercialização a retalho.
“O consumidor português de vinho está no nível básico”, explica a
presidente do IVDP, Manuela Cabral “mas tem potencial para crescer”. Os
produtores e distribuidores não perderam de vista as tendências do consumo
interno. A crise atingiu o sector vinícola,
contudo, cerca de 77% das vendas de vinho realizam-se em superfícies
comerciais e 33% das vendas a retalho é feita em bag in box. A presidente do IVDP
salientou ainda que os consumidores portugueses são consumidores sensíveis a acções
promocionais.
Reforço da
“Marca Portugal”
A Sonae, juntamente com o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias
e a rádio TSF, promoveram a iniciativa “Conferência da Uva d’Ouro”. Esta ação
tem como objectivo responder a necessidades de o cliente identificar facilmente
vinhos premiados nas prateleiras dos
hipermercados. A experiência teve um
retorno positivo para a Sonae que viu as vendas deste tipo de vinhos aumentar.
“A categoria dos vinhos é uma das mais importantes para
uma cadeia de hipermercados, porque
cria ligações emocionais muito fortes com os clientes” reforça João Paulo
Seara, director de Marketing da Sonae. “Nós já sabemos que o vinho português tem muita qualidade e
queremos valorizá-lo”, acrescenta ainda “a criação de marcas de valor, como
estamos a fazer, é importante para melhorar a marca ‘Portugal’ lá fora”.